quinta-feira, setembro 16, 2004


A arte desceu as ruas

Djing-
A importância do papel do disk jockey na criação e na emancipação e divulgação do rap é crucial.
O dijing é uma das vertentes da cultura hip hop, através de um trabalho de manipulação e de recriação da linha rítmica dos discos pelos arrumadores de serviços, que acrescentam sobre a própria musica um ou outro discurso espontâneo. Diante de uma multidão estupefacta com o desenrolar pouco ortodoxo das sucessivas quebras por processo manual, o Dj carrega no disco de forma suave fazendo com que a voz do intérprete parecer em desaceleração contínua ou parada simplesmente. O malabarismo sonoro não se fica por aqui, o truque mais aclamado e de facto a reviravolta que os mesmos davam ao deserto prosaico das composições pelos efeitos do dubling ou do dub.

Mcing-
(Master of Cerimonies) É mais uma das componentes da cultura, na realidade consiste num articular de rimas de cariz ofensivo, divide se em free styling e em género composto. O Mc ou rapper é o elemento central de todo o movimento, a sua habilidade lexical e lírica é aplicada na arena da contestação política e é fortemente inspirado pela cultura urbana, aliás todo o movimento hip hop é uma constante crítica ao progressivo desenvolvimento urbano, que causa uma forte desigualdade social.

Breakdance-
breakdancar consiste literalmente na execução de passos que procuram imitar a ruptura que os Dj executavam na mudança de temas. E também uma competitiva, acrobática e expressiva forma de dançar, expressa em potencialmente obscenos e quebrados gestos físicos, variadíssimos pivotações (spins) e entre outros flips, nomeadamente a retaguarda ( backflips). A iniciação do desafio começa normalmente com a formação espontânea de um círculo onde se aquecem os corpos com movimentos de tronco, pernas, e de pés. A entrada de um breakdancer para dentro do círculo anuncia o despique que consiste literalmente em mostrar aos restantes num curto período de tempo (10 a 15 segundos) que a sua actuação é a mais electrificante e em maior sintonia com a música.

Graffiti-
a sua existência surgiu como crítica face à frustração e desprezo político que os jovens dos guetos norte americanos sentiam.
Em suma o graffiti é a expressão visual da estética do hip hop, a materialização colorida e caligraficamente metafórica das palavras politicamente incorrectas ditas pelos Mc s. Com o graffiti, desceu à rua toda a cultura Dj s, Mc s e B boys, de actores sociais à margem a potenciais contestatários. O graffiti vem juntar- se ao lado das outras componentes da cena hip hop, com o intuito claro de afirmação de uma identidade própria.
Posted by Hello
"Ritmo&Poesia"
Os Caminhos do Rap

1 Comments:

At 9:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Hip Hop, uma atitude diferente de encarar o mundo, vivemos cada dia como se fosse o último, mas não como se fosse o único...

JJ

 

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