quinta-feira, setembro 16, 2004

A Caça ao Fantasma


A Caça ao Fantasma

Caro amigos,
Sou só mais um dos quase 90 alunos de uma das muitas licenciaturas deste país, dessas supostas agências de emprego e quando falo em agências de emprego falo com razão, ou alguém duvida que grande parte das universidades define as cadeiras dos seus cursos pela necessidade de empregar os seus professores catedráticos, associados, assistentes e a demais rapaziada da estirpe intelectual. Esses fantasmas que assombram os Institutos, as Escolas Superiores, os Politécnicos, enfim todo o ensino superior por aqui e por ali, afastando-o dos ventos da modernidade. É preciso caçar os fantasmas sob o risco de perpetuarmos mais 10 anos do nosso já longo atraso mental.
É necessária uma reformulação urgente mais em consonância com as reais necessidades do mercado de trabalho e, não continuar a hipotecar a evolução de uma juventude que mais não aprende do que uns quantos nomes e teorias que a muito custo (e é assim que se definem os critérios para as bolsas e subsídios estatais) conseguem debitar, colonizando tudo o que já existe. Precisamos urgentemente de criar, de inovar, de progredir e incentivar todo este processo, criar um Portugal baseado em valores portugueses e não tentar aplicar o europeísmo ou o anglo­­-saxonismo de que de tão provinciano e postiço acabará por cair de podre.
Calem os fantasmas e salvem os nossos jovens!
Quando se pretende aumentar para o dobro ou triplo as propinas no ensino superior, apetece-me perguntar se é essa a medida necessária para reformar os tais dinossauros, os doutores por extenso, a cátedra obsoleta e dispendiosa.
O grande amor socialista é afinal um péssimo investimento, quanto custa ao Estado sustentar toda esta megalomania? Já para não falar do dispendioso investimento na abertura de novos cursos e na manutenção dos tantos já existentes, que não servem as necessidades do mercado.
Por amor de Deus purgam a fantasmagoria, encerrem o passado num museu, encarem a realidade que D. Sebastião já morreu.


Nelson Ventura


2 Comments:

At 10:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

fechem as Universidades... Se os pobres não podem estudar, fechem as universidades para os ricos também o não poderem fazer...
Maltus 10:35 18 Novembro 2003

 
At 9:45 da tarde, Blogger João said...

Aproveito o meu primeiro comentário para te agradecer pela divulgação do blog.

Quanto ao post propriamente dito, é algo que também anda na minha mente: até que ponto as universidades são mesmo instituições que pretendem formar recursos humanos e onde foi traçada a linha que as separa de meras agências de emprego cuja função é atribuir uma cátedra a um "doutor" que orgulhosamente exibe o seu título pelos corredores do ensino, deixando para segundo plano o dinamismo que deveria ser inerente à instituição, o progresso dos estudantes, a renovação da sabedoria e, em última instância o próprio desenvolvimento do país.

Pessoalmente tenho alguma confiança na actual geração estudantil Portuguesa e na vontade desta em renovar o ensino em Portugal, é um esforço ao mesmo tempo colectivo e individual, para o qual nos devíamos preparar.

 

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