quinta-feira, setembro 16, 2004


Pro Estatuir


Com a crescente necessidade de cortes orçamentais, sacos coloridos, fugas hollywoodescas , prisões preventivas, malabarismos financeiros, os "tapa daqui e destapa dali" que o actual governo se vê sujeito, o tal estado de sítio, a que só o aperto do cinto lhes surge como solução, a fuga fiscal deixa-nos indignados.

Nós os cidadãos cumpridores e pagadores de impostos estamos a ser enganados por um negócio muito lucrativo e isento de qualquer obrigação fiscal - a prostituição, sim, esse ramo de actividade tão legítimo como qualquer outra prestação de serviço.
A profissão mais antiga do mundo, não é profissão no enquadramento legal por pura hipocrisia social, ou alguém ainda acha que por ser ilegal a prostituição não existe ou deixará de existir? Ela está aí e veio para ficar, aliás como sempre esteve, por muitas mães que se insurjam e muitos pais que critiquem (normalmente os que à 6ª feira à noite ninguém sabe do paradeiro).

O negócio move milhões e a sua expansão é evidente, as profissionais do sexo demonstram já todo o seu potencial além fronteiras e os seus passes custam pequenas fortunas, quem sabe se um dia não poderá surgir uma multinacional no ramo da prostituição? Ou se calhar até já existe , ou até mesmo se justifique uma licenciatura ou pós graduação nesta área. O que não pode continuar é esta falta de respeito pelo pagador de impostos.

A prostituição pode render aos seus agentes mais de 500 euros por dia (bem superior ao salário mínimo), já para não falar na prostituição de luxo que pode atingir essa quantia com um só cliente.
É urgente legalizar a prostituição para não deixar fugir os muitos milhões que todos os anos fogem aos cofres do estado.

Legalizar a prostituição para que as prostitutas tenham também os seus benefícios sociais, maior segurança, cuidados de saúde, nomeadamente no que diz respeito a doenças infecto-contagiosas, subsídio de férias, de desemprego, de risco, reforma e acima de tudo se libertem do proxenetismo desenfreado que as explora e passem para um tipo de exploração mais comum sob a tutela estatal.
Para além disso o seu serviço é indispensável à sociedade, quem sabe se com a legalização deste negócio o número de violações, abusos sexuais de menores e até a tão falada pedofilia não diminuem?

É por isso necessário estatuir, criar todo um quadro legal que suporte esta actividade e a traga para a necessária legalidade, para que no espaço de poucos anos possamos assistir a greves e a manifestações das prostitutas e gigolos deste país a reivindicarem os seus direitos.

Pro estatuir a prostituição é a posição que deve ser adoptada pelos nossos politiqueiros, para que estes também possam justificar muitas contas públicas mal explicadas e o motivo de vermos tantos BMWs parados nas bermas das estradas.


Nelson Ventura
Posted by Hello

1 Comments:

At 8:28 da tarde, Blogger Da Palavra à Acção said...

Por ser mesmo a última opção, não deve ser marginalizada, nem por isso não estar sujeita aos mesmos benefícios e encargos. Não é mantendo a prostituição ilegal, que se conseguirá de alguma forma dignificar estas mulheres ou homens. Se ela existe, que a tragam para a legalidade,que lhe deêm as respectivas condições, hipocrisia é esconde-la e marginaliza-la, porque mesmo ilegal ela vai existir.

 

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