sábado, setembro 30, 2006

Valete na era da Globalização


Nunca em nenhuma outra altura a informação circula à velocidade dos nossos dias, afectando todos os campos da vida em sociedade. A população mundial recebe informação prime time e o modus vivendi alterou-se drasticamente, as auto-estradas da informação são uma realidade e o processo de globalização, nomeadamente na mundialização da informação e da comunicação, fazem convergir o mundo para uma globalização da ideologia e do modelo democrático, alicerçado na economia de mercado e liderado pelos EUA.
Portugal faz parte desse fluxo de informação, mas as lacunas são evidentes.
Vivo num grande centro urbano, na periferia de Lisboa e por incrível que pareça o álbum do Valete não chegou à maioria das papelarias da região, só consegui comprar o álbum na nona papelaria a que me dirigi. Agora pergunto se o teria conseguido se vivesse no interior do país? O sinal é claro, se num aspecto tão simples como comprar um CD, são sentidas estas dificuldades o mesmo acontece na circulação e divulgação de produtos culturais. Quantas peças de teatro de referência são deslocalizadas para o interior? E estes são aspectos estruturais que se sentirão no futuro, (o encerramento de maternidades fora dos grandes centros urbanos não será um feedback negativo que incentiva o êxodo rural e a desertificação).
Talvez o objectivo do Valete quando associou o seu álbum à Dance Club foi garantir uma distribuição mais eficiente e uma cobertura mais abrangente e acredito que esta situação lhe é alheia, mas a verdade é que estas lacunas existem aliadas a outro aspecto inerente à própria revista e à sua comercialização, prende-se com o facto de em algumas papelarias ser necessário comprar também a revista e noutras não.
Quanto ao CD, ainda não tive tempo de o analisar, mas não tenho dúvidas, vem ai mais um clássico.