sábado, janeiro 29, 2005

Personalidade do Mês de Janeiro.



Folke Bernadotte

Folke Bernadotte nasceu em Estocolmo em 2 de Janeiro 1895. Descendente do Marshall Jean Bernadotte de Napoleonic, que em 1810 foi eleito príncipe da coroa da Suécia e em 1818 sucedeu ao trono como Charles XIV, Bernadotte era também um dos netos do rei Oscar II da Suécia e de um sobrinho do rei Gustav V.

Durante a II Grande Guerra, teve um papel fundamental como vice presidente da cruz vermelha sueca, supervisionando a troca de prisioneiros de guerra britânicos e alemães. Este trabalho fez com que participasse em várias conferências com os altos representantes dos dois países.

A 20 de Maio de 1948, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da O.N.U concordaram na escolha deBernadotte como o mediador para a paz no conflito Israel-Árabe. Dez dias mais tarde inicia conferências com os líderes árabes e Judeus na Palestina. A 28 de Junho propôs à Liga Árabe e ao governo israelita um plano de paz que ambos os lados rejeitaram em parte .


A 17 de Setembro Bernadotte e o coronel Andre P. Serot da força aérea francesa foram assassinados em Jerusalém por membros do grupo Stern , uma organização extremista que já tinha cometido numerosos atentados.

Três dias após a sua morte, o relatório final de Bernadotte dos seus esforços para a paz foi publicado em Paris. Foi esse relatório que alertou a Assembleia Geral das Nações Unidas. para
uma paz que teria de ser imposta.



Bibliografia
A Enciclopédia Americana , 1988
Hewins, Ralph, Biografia de Folke Bernadotte: A Sua Vida e Trabalho , 1950


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sábado, janeiro 22, 2005

FIDEL CASTRO SANTO OU DIABO?



Analisemos Fidel Castro, herói ou déspota? Democrata, pioneiro duma sociedade equilibrada, feliz e dinâmica ou demagoga, que oprime a oposição com uma repressão temivel?

Fidel Castro agarrou as rédeas do poder depois de um golpe de estado sangrento contra o governo democráticamente eleito de Fulgêncio Baptista em 1959 e depois instalou um regime estalinista e repressivo. Assim gostariam os anti-Castristas que fosse a página da história e embora haja muita gente que pensa que é assim, de facto não poderia ser mais longe disso.

Fidel Castro lutou contra a inconstitucionalidade do regime de Baptista, pois foi esse que depôs o governo de Presidente Carlos Prio Socarras em 1952, anulando os resultados da eleição que o tinha escolhido. Esta luta de Fidel não começou com as armas, antes nos tribunais, onde o jovem advogado acusou Baptista de violar a Constituição. Tinha razão mas foi rejeitada a sua petição.

Foi então que Fidel Castro passou ao ataque, em 1953, contra o quartel de Bayamo, que foi um fracasso total, resultando no seu aprisionamento e depois dum breve período em liberdade, no seu exílio nos EUA e no México, onde nasceu o Movimento Revolucionário 26 de Julho.

Após dois anos de guerrilha nas montanhas, entre Dezembro 1956 e Janeiro 1959, Castro entrou triunfante em Havana e Baptista fugiu. Castro ganhou a batalha pelas armas mas há que apontar que tentou iniciá-la no tribunal.

Recebeu um país pobre, com baixas taxas de alfabetismo e inteiramente controlado pelos EUA, cujas máfias tratavam a ilha como um parque de lazer. Vieram aos Casinos, às prostitutas, era em Cuba que faziam os negócios escuros nas suas casas de praia.

Só que Fidel Castro tinha outras ideias. Fechou os Casinos. Expulsou as forças armadas que vieram dos EUA em 17 de Abril 1961 (Baía dos Porcos). Instalou um regime socialista .
Foi aqui que ele se deixou totalmente aberto a uma chuva de ataques oriundo de Washington, pois como agora, quem não está a favor, está contra. As relações estreitas com a União Soviética fizeram com que os EUA não invadissem de imediato, o que ganhou tempo para Castro efectuar as suas reformas.

Analisando o que conseguiu, foi muito. A escola cubana de medicina é um exemplo de excelência e o sistema educativo também. Os alunos cubanos têm altos graus de competência e não é por acaso que o modelo foi adoptado por outros países, entre os quais Guiné-Bissau.

Castro devolveu Cuba aos cubanos, ao custo de alienar a minoria que tinha interesses pessoais investidos na ilha, onde a riqueza era concentrada numa minoria, fora das mãos do povo.

Se nós vamos, de fora, louvar algumas façanhas e reclamar contra outras, corremos um risco, nomeadamente de estarmos a escolher o que nos convém e deixar de fora o inconveniente. Os que adoram os EUA, por exemplo, como a catedral da democracia, como a voz da razão, o grande libertador contra a tirania, terá de esquecer que este é dos poucos países no mundo onde ainda existe a pena de morte. Não convirá também lembrar que o regime de Bush cometeu já sensivelmente uns 10,000 assassínios em duas guerras ilegais.

Temos de olhar para o todo e analisar o bem e o mal num conjunto, aceitando o bem e o mal como parte íntegra da mesma realidade. Se Castro é responsável pela democratização da riqueza em Cuba, teve de fazé-lo exercendo poder absoluto, senão teria fracassado e a ilha teria degenerado numa guerra civil (sem dúvida fomentada pelos EUA).

Se o exercício deste poder total fez com que tivesse de tomar decisões duras no passado, por causa da constante ameaça oriunda dos EUA, o clima não estava propício a Fidel Castro abrir muito a mão. Porém, a decisão de enviar três sequestradores/terroristas às suas mortes chocou a comunidade internacional e há muitos, mesmo os seguidores de Fidel, que perguntam se terá sido realmente necessário.

À responsabilidade para com o bem estar do povo se junta a necessidade de se mudar com os tempos, difícil ao ponto de ser quase impossível para os que viram o seu grande esforço traduzido em sucessos tangíveis, como no caso de Fidel Castro.

Para Fidel, esse debate pouco ou nada significará, pois ele nem acredita em santos nem no Diabo. Para ele, só Pátria, o Muerte!
FIDEL CASTRO SANTO OU DIABO?


in http://port.pravda.ru/opinion/2003/07/18/2618.html
Posted by Hello