sábado, janeiro 28, 2006

Palavras Soltas




Tendo em conta que segundo o Eurostat, a esperança média de vida em Portugal era em 2003, cerca de 74,2 para os homens e de 80,5 para as mulheres, existe uma situação que merece o meu reparo e que me deixa preocupado e é ela as filas de espera, quem nunca esteve à espera? Duvido que alguém possa afirmar que nunca esperou em nenhum serviço ou situação em que tenha estado envolvido.
Analisamos assim, as esperas que já são míticas: segundo o DN, em 2005, o número de doentes que aguardavam (muitos se calhar ainda esperam) por uma operação ascendia já aos 224 mil e em média cada doente tinha de esperar um ano para ser atendido. A análise é simples, ou seja, um homem perde aproximadamente 1,35% da sua vida à espera da cirurgia.
Por sua vez segundo o Jornal o Público de Dezembro de 2005, Os cidadãos portugueses são os que mais tempo esperam pelo autocarro em toda a União Europeia por exemplo em Setúbal, a espera média na chamada hora de ponta é de 30 minutos, ora se pensarmos bem, um indivíduo que trabalhe 5 dias por semana, esperará cerca de 150 minutos, ou seja, 2 horas e meia por semana, o que dá uma média de 3300 minutos por mês e cerca de 39600 por ano o que equivale a 660 horas por ano, assim ao fim de 13,3 anos de espera, uma pessoa terá perdido cerca de 1,35% da sua vida à espera.
A situação continua, a espera é também reconhecidamente mítica nas Finanças, no Centro de Emprego, no Posto de Saúde, nas Urgências dos hospitais, na Segurança Social e em mais uma dezena de outros sítios onde a espera è rotina.
Perante esta análise sou levado a concluir que parte da minha vida é passada à espera, à espera e à espera…, espero para nascer, espero para ser vacinado, espero para abrir os presentes no Natal, espero pelas notas da escola, espero que deus ou diabo apareçam, espero que esperes por mim, espero que apareças por minha casa para bebermos um copo, espero, espero espero até que a morte nos separe. .
Posted by Picasa

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Fantastic Six


Fantastic Six


Da esquerda para a direita em cima.

Aníbal Cavaco Silva, conhecido como Cavaco, natural de Boliqueime, 67 anos, conhecido por não ter dúvidas e raramente se enganar, a sua principal característica prende-se com a sua capacidade de falar e expor as suas ideias sem nunca abrir a boca, chamam-lhe também o pai do monstro, lamentamos mas não foi possível obter fotos dos seus filhos.

Manuel Alegre, nome de guerra "Alegre", natural de Águeda, 70 anos, candidato poeta, receia profundamente que Salazar se erga dos mortos e restabeleça a ditadura, daí a sua preocupação clara com a Democracia e os valores da Liberdade, apresenta como característica principal a dificuldade em contar os anos, julgando-se ainda em 74.

Mário Alberto Nobre Lopes Soares, conhecido como "bochechas", natural de Lisboa, não existem registos claros sobre a sua data de nascimento, uma vez que o terramoto de 1755 destruiu toda a documentação, possivelmente terá nascido em 1924, é tido por muito como o pai da democracia, mas desconhece-se a mãe, o único com experiência profissional no seu CV para ocupar o cargo, todavia não poderá efectuar descontos para a Segurança Social, uma vez que já se encontra a receber a respectiva reforma. Principal crítica apontada : " Pantufas, xixi, cama"...

Francisco Louça, nome de guerra "Louça", natural de Lisboa, 49 anos, líder do Bloco de Esquerda e Professor Universitário, sempre que o seu partido distribui filtros em formato de panfleto partidário é senhor de grandes ideias, contudo a sua candidatura limita-se a fazer candidatura contra a candidatura da candidatura de Cavaco. Olha olhos nos olhos.

Jerónimo Carvalho de Sousa, nome de guerra "Jerónimo", natural de Santa Iria de Azóia, 59 anos, operário metalúrgico, invoca em média 370 vezes nos seus discursos a palavra operário e trabalhador, à semelhança de Alegre, também sofre de Abrilismo, julgando ainda estar em 1974, invoca por isso várias vezes a revolução dos cravos. Demonstra claramente desprezo pelo grande hit da música portuguesa o "Apita o Comboio" comparando-o mesmo com o "Grândola Vila Morena".

Garcia qualquer coisa Pereira, conhecido como "desconhecido", dele não se sabe muito, queixa-se que o marginalizam, é advogado, professor na Universidade Católica Portuguesa , no ISEG e no ISPA , é pá deste não digo nada, qualquer coisa leiam o manifesto dele.
http://www.garciapereira-presidenciais2006.net/


Conclusão: já vi estas caras em algum lado, principalmente Soares e Cavaco, esta gente não tem direito à reforma, eles precisavam mesmo era que fizessem campanha a favor deles, pela exploração dos idosos. Escolham o vosso preferido, o vencedor será contemplado com umas férias prolongadas no Palácio de Belém, à porta dos pastéis, e pertinho da Casa Pia e para quem doutros gostos se satisfaz o Monsanto é um pulinho.
Posted by Picasa